Com o objetivo de identificar a melhor espécie produtora de madeira para construção (com resistência mecânica e à degradação), foram analisadas as estruturas anatômicas de cinco espécies, conforme o quadro.

Clique na imagem para ampliar.

Qual espécie corresponde ao objetivo proposto?

A) 1

B) 2

C) 3

D) 4

E) 5

Em gimnospermas e angiospermas eudicotiledôneas arbóreas, plantas que exibem crescimento secundário (ou seja, aumento do diâmetro de caule e raiz), observa-se a formação de periderme e de tecidos condutores (xilema e floema) secundários. A periderme tem função de revestimento e resulta da atividade do meristema secundário conhecido com felogênio. Por sua vez, xilema e floema secundários são produzidos pelo câmbio vascular, também um meristema secundário.

Nesses vegetais, o xilema secundário presente no caule constitui o que comumente se conhece como madeira. Como se sabe, devido a suas características de durabilidade e resistência mecânica, a madeira tem inúmeras aplicações na construção civil, na fabricação de móveis, instrumentos musicais e objetos de decoração, dentre outras.

Em um caule secundário (ou seja, resultante do crescimento secundário), a porção superficial é representada pela casca. A casca é constituída pela periderme e pelo floema secundário, logo abaixo. O interior do caule é constituído predominantemente pelo xilema secundário (ou seja, madeira). Situado entre esse tecido condutor e o floema secundário encontra-se o câmbio vascular.

As porções centrais do xilema secundário foram formadas antes daquelas mais próximas do câmbio vascular. Com o passar dos anos, o xilema secundário mais antigo perde sua funcionalidade, ou seja, deixa de conduzir a seiva bruta. Essa região não funcional recebe a denominação de cerne. Sem atividade condutora, o cerne passa a exercer exclusivamente papel de sustentação. Isso é possível pois, além de apresentar células enrijecidas pela lignificação (o que confere resistência mecânica), o cerne acumula uma série de substâncias, tais como óleos, taninos e resinas, que são tóxicos para fungos e outros organismos que poderiam degradar a madeira. Esses compostos são responsáveis, também, pela coloração escura comumente observada no cerne.

A região funcional (ou seja, condutora de seiva bruta) do xilema secundário denomina-se alburno e situa-se externamente em relação ao cerne.

Detalhes da estrutura secundária de um caule. (Clique na imagem para ampliar)

Por não estar impregnado com resinas, óleos e taninos, o alburno tem coloração mais clara e é menos resistente à degradação que o cerne. Por isso, em aplicações que exijam madeira mais resistente (tanto resistência mecânica, quanto à degradação por microrganismos), são utilizadas espécies vegetais que possuam maior proporção de cerne em seus caules.

A questão proposta solicita que seja identificada, dentre as espécies vegetais apresentadas na tabela, a que produz a melhor madeira para construção, ou seja, aquela cuja madeira seja mais resistente tanto mecanicamente, quanto à degradação por microrganismos.  

A madeira é constituída essencialmente pelo xilema secundário, que exibe duas regiões distintas: alburno e cerne. O alburno representa a porção funcionalmente ativa do xilema secundário, isto é, essa região conduz ativamente seiva bruta. Por sua vez, o cerne constitui a área mais antiga do xilema secundário e se caracteriza por não apresentar atividade condutora de seiva bruta. As células do cerne estão impregnadas por resinas, óleos e taninos, o que torna essa porção do xilema secundário bastante resistente.

A proporção de alburno e cerne presentes no caule varia com as espécies arbóreas. Em algumas, há maior proporção de alburno, enquanto em outras o cerne predomina. Dessa forma, a espécie vegetal cuja madeira é apropriada para construção deve apresentar maior proporção de cerne. Esse condição se verifica na espécie 1.

Além do xilema, a tabela cita outros tecidos: periderme, floema e esclerênquima. A periderme tem função de revestimento e o floema é responsável pela condução de seiva elaborada. O esclerênquima é um tecido de sustentação mas, em vegetais com crescimento secundário, essa função é exercida principalmente pelo xilema secundário.

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