Durante o desenvolvimento embrionário humano ocorre uma comunicação entre os átrios direito e esquerdo através do forame oval (ou forame de Botal). Essa comunicação não causa prejuízos à circulação do bebê em formação, exceto se ela perdurar após o nascimento.

Os prejuízos no período embrionário são evitados porque a circulação fetal se assemelha à dos (as)

A) aves, porque a pequena circulação e a grande circulação estão presentes.

B) répteis, porque a mistura de sangue é minimizada por um metabolismo lento.

C) crocodilianos, porque a separação dos ventrículos impede a mistura sanguínea.

D) peixes, porque a circulação é simples, ocorrendo uma passagem única pelo coração.

E) anfíbios, porque pressões diferenciais isolam temporalmente o sangue venoso do arterial.

Durante o desenvolvimento fetal, o oxigênio necessário à vida é proveniente da placenta. Os pulmões fetais não estão funcionais e encontram-se repletos de líquido. Portanto, todo oxigênio obtido pelo feto provém da circulação materna, sendo transferido para o sangue fetal por meio da placenta. Nessa estrutura os vasos sanguíneos maternos e fetais estão muito próximos, permitindo uma série de trocas, dentre as quais, o fluxo de oxigênio da mãe para o feto.

A conexão do feto com a placenta ocorre por meio do cordão umbilical. Nele, há duas artérias umbilicais e uma veia umbilical. O sangue com alto teor de oxigênio é transportado da placenta (onde essa substância é obtida) para o feto pela veia umbilical. Já o sangue com baixo teor de oxigênio é conduzido do feto para a placenta pelas artérias umbilicais.

Circulação sanguínea fetal. (Clique na imagem para ampliar)

O sangue com alto teor de oxigênio que circula pela veia umbilical é transferido para a veia cava inferior por meio de um pequeno vaso denominado ducto venoso. Na realidade, cerca de metade do sangue da veia umbilical passa para a veia cava inferior pelo ducto venoso, enquanto a outra metade vai para o fígado (pela veia umbilical). Posteriormente, o sangue que circulou pelo fígado também é transferido para a veia cava inferior.

Da veia cava inferior, o sangue com alto teor de oxigênio passa para o átrio direito e, daí, para o átrio esquerdo através do forame oval ou forame de Botal (forame ou foramen significa abertura, passagem). No átrio esquerdo, o sangue com alto teor de oxigênio (proveniente do átrio direito) mistura-se com um pouco de sangue pobre em oxigênio, procedente dos pulmões. Esse sangue tem pouco oxigênio porque os pulmões do feto não estão em atividade, isto é, oxigenando o sangue por meio da hematose. Sendo assim, esses órgãos apenas retiram oxigênio da corrente sanguínea.

A partir do átrio esquerdo, o sangue com elevada concentração de oxigênio passa para o ventrículo esquerdo e sai do coração pela artéria aorta. Por meio desse vaso e de suas ramificações, o sangue oxigenado é distribuído por todo corpo do feto, retornando à placenta – agora, pobre em oxigênio – por meio das artérias umbilicais. Na placenta, o sangue fetal é oxigenado novamente e o ciclo se reinicia.

A questão proposta solicita o grupo de vertebrados cuja circulação seja análoga à fetal, bem como a característica que justifica a analogia estabelecida.

Uma diferença importante da circulação fetal em relação a presente no adulto é que, no feto, não ocorre o fluxo sanguíneo duplo pelo coração, pois não há distinção entre circulação sistêmica (“grande” circulação) e circulação pulmonar (“pequena” circulação). Isso ocorre porque os pulmões fetais não estão em atividade, ou seja, não atuam oxigenando o sangue que passa por eles.

A oxigenação do sangue fetal fica a cargo da placenta, onde o oxigênio da circulação materna é transferido para o sangue do feto. A partir daí, o sangue oxigenado é conduzido ao coração, especificamente para o átrio direito. Do átrio direito, o sangue com alto teor de oxigênio passa para o átrio esquerdo através do forame oval (ou forame de Botal), uma abertura existente no coração fetal e que comunica os átrios.

A partir do átrio esquerdo o sangue é bombeado para o ventrículo esquerdo e, deste, para a artéria aorta. A artéria aorta e suas ramificações distribuem o sangue oxigenado para todo o corpo do feto. Após a passagem pelos tecidos que constituem os variados órgãos, o sangue, agora com reduzida concentração de oxigênio, é direcionado para a placenta. Nessa estrutura, o sangue é novamente oxigenado e ciclo se reinicia.

A partir das características descritas, pode-se afirmar que a circulação fetal seria análoga, em linhas gerais, a uma circulação simples. Nesse tipo de fluxo, o sangue passa uma única vez pelo coração, por não existir a separação funcional em circulação sistêmica e circulação pulmonar. Dentre os vertebrados, são os peixes que possuem sistema circulatório simples, portanto, a resposta está na alternativa D.

A figura a seguir ilustra, de forma simplificada, a circulação sanguínea nos peixes, no feto e no humano adulto.

É importante considerar que a analogia proposta é frágil. Há muitas diferenças entre a circulação fetal e a dos peixes. Uma delas refere-se à concentração de oxigênio no sangue que circula pelo coração. O sangue que circula pelo coração fetal exibe quantidade razoável de oxigênio, enquanto no coração dos peixes circula apenas sangue com pouco oxigênio.

É necessário, então, que se simplifique excessivamente a fisiologia circulatória fetal e dos peixes (como visto na figura acima) para que se tenha uma analogia aparente.

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