
Nas angiospermas, além da fertilização da oosfera, existe uma segunda fertilização que resulta num tecido triploide.
Essa segunda fertilização foi importante evolutivamente, pois viabilizou a formação de um tecido de
A) nutrição para o fruto.
B) reserva para o embrião.
C) revestimento para a semente.
D) proteção para o megagametófito.
E) vascularização para a planta jovem.

O reino Plantae é constituído por quatro grandes divisões: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Destas, apenas as Gimnospermas e Angiospermas produzem sementes, sendo, por isso, classificadas como Espermatófitas.
Basicamente, as sementes são estruturas que protegem o embrião (a futura planta), germinando apenas quando o ambiente apresente condições de temperatura, oxigenação e disponibilidade de água que favoreçam a sobrevivência do vegetal.
Outra importante característica da semente, que também contribui para a sobrevivência da planta, são suas reservas nutritivas. O embrião não exibe ainda os tecidos especializados na realização de fotossíntese e, até que isso ocorra, sua existência depende do consumo das reservas alimentares estocadas na semente. As substâncias nutritivas utilizadas pelo embrião encontram-se armazenadas em um tecido denominado endosperma, também conhecido como albúmen.
As sementes exibem três componentes (FIGURA 1): um envoltório protetor (constituído pelos tegumentos), o embrião e o tecido de reserva alimentar, o endosperma.
Gimnospermas e angiospermas produzem sementes por possuírem estruturas reprodutivas denominadas óvulos. Inicialmente, o óvulo é constituído pelo megasporângio envolvido por tegumentos e, quando maduro, contém o gametófito feminino e a oosfera (gameta feminino). A semente origina-se diretamente do óvulo, assim que ocorre a fecundação (ou as fecundações).
Apesar de possuírem óvulos e, como consequência, produzirem sementes, gimnospermas e angiospermas se diferenciam quanto ao número de fecundações que ocorrem em seus ciclos reprodutivos (FIGURA 2). Gimnospermas se caracterizam por exibirem um único evento de fecundação, enquanto no ciclo de vida das angiospermas ocorre a dupla fecundação.
Tanto em gimnospermas, quanto em angiospermas, são produzidos dois gametas masculinos – denominados núcleos espermáticos – a partir da célula geradora presente no grão de pólen. Após a polinização, formam-se os gametas masculinos e o tubo polínico que irá transportá-los até o interior do óvulo, onde se encontra a oosfera (gameta feminino). Nas gimnospermas, apenas um dos núcleos espermáticos (gametas masculinos) estará envolvido na fecundação. Sendo assim, nesse grupo de plantas, a fecundação é simples.
Nas angiospermas, por sua vez, ambos os núcleos espermáticos estarão envolvidos em fertilizações, caracterizando a fecundação dupla (FIGURA 3).
Nesse processo, um dos núcleos espermáticos fecunda a oosfera, gerando o zigoto (que se desenvolve, produzindo o embrião), enquanto o outro gameta masculino se funde com os dois núcleos polares (presentes no interior do óvulo) para formar o endosperma. Por resultar da fusão de três núcleos (cada um deles haploide), o endosperma das angiospermas é triploide, sendo classificado como secundário.
Em cada célula triploide presente no endosperma secundário, 2/3 dos cromossomos têm origem materna e 1/3 é de procedência paterna. Tal fato resulta do tipo de fecundação que produz esse tecido de reserva alimentar, na qual um núcleo espermático (estrutura haploide proveniente da planta masculina) se funde com dois núcleos polares, presentes no gametófito feminino e, portanto, de origem materna.
Enquanto nas angiospermas o tecido de reserva alimentar (endosperma) é produzido por fecundação, nas gimnospermas ele se origina do gametófito feminino e, devido a isso, é haploide e classificado como primário.

A questão proposta aborda a dupla fecundação, característica reprodutiva exclusiva das plantas pertencentes à divisão das Angiospermas. Nesse processo, uma das fecundações envolve os gametas feminino (oosfera) e masculino (núcleo espermático) e leva à produção do embrião. A outra fecundação, na qual um núcleo espermático (gameta masculino) se funde com dois núcleos polares (pertencentes ao gametófito feminino), resulta em um tecido triploide, denominado endosperma secundário, que contém reserva alimentar para os estágios iniciais desenvolvimento do embrião.
Sendo assim, a segunda fecundação é evolutivamente importante por possibilitar a formação de um tecido que fornecerá nutrientes para o embrião até o desenvolvimento dos tecidos fotossintéticos.
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