BOTÂNICA | MERISTEMAS E CRESCIMENTO DO VEGETAL

Como as plantas crescem e formam tecidos tão diversos a partir de células aparentemente iguais? A resposta está nos meristemas, regiões onde ocorrem divisões celulares contínuas que permitem o crescimento e a formação de estruturas essenciais no vegetal. Neste conteúdo teórico de botânica para o ENEM, você vai entender o papel dos meristemas primários e secundários, os tipos de crescimento vegetal e como essas células originam tecidos como xilema, floema, epiderme e parênquima. Um tema clássico que cai direto na sua prova.

Os vegetais são organismos pluricelulares e, assim como ocorre nos animais, suas células são estrutural e funcionalmente diferenciadas para formar variados tecidos. Uma vez ocorrida a fecundação, a célula resultante – denominada zigoto – se divide várias vezes por mitose e origina o embrião. As células que constituem o embrião são denominadas meristemáticas e apresentam duas características importantes: dividem-se frequentemente por mitose e são totipotentes, ou seja, têm a capacidade de se diferenciar em todos os tipos celulares que irão constituir os tecidos do novo vegetal. Portanto, os meristemas (nome dado aos agrupamentos de células meristemáticas) estão diretamente envolvidos no crescimento da planta.

Como parte do processo de crescimento, as células meristemáticas diferenciam-se gerando os tecidos definitivos da planta (tecidos permanentes). São os tecidos permanentes que realizam as funções necessárias à sobrevivência do vegetal, tais como, revestimento, proteção, fotossíntese, sustentação, condução de seiva, dentre outras.

Entretanto, não são todas as células meristemáticas que passam pelo processo de diferenciação, ou seja, mesmo no corpo do vegetal adulto, sempre há meristemas. Para que isso ocorra, quando uma célula do meristema se divide por mitose gerando duas outras, uma delas se diferencia, enquanto a outra permanece indiferenciada. A presença dos meristemas ao longo da vida da planta possibilita o crescimento durante as estações favoráveis, bem como a regeneração de eventuais lesões.

Quando as células dos meristemas se dividem, algumas se diferenciam, enquanto outras permanecem com características embrionárias.

A atividade de divisão e diferenciação dos meristemas possibilita o crescimento, que pode ser de dois tipos: primário e secundário. O crescimento primário corresponde ao aumento da extensão do caule e da raiz, contribuindo para aumentar o “porte” do vegetal. Os tecidos meristemáticos envolvidos nessa forma de crescimento recebem a denominação de meristemas primários. O crescimento secundário, por sua vez, é produzido pelos meristemas secundários e determina o aumento do diâmetro do caule e da raiz.

Representação do crescimento primário (longitudinal) e secundário (transversal) em caule e raiz.

Os meristemas primários estão presentes em todos os vegetais, enquanto os secundários ocorrem apenas nas gimnospermas e angiospermas eudicotiledôneas. Meristemas primários estão localizados nos ápices (ou seja, nas extremidades) do caule e da raiz, bem como nas gemas laterais (também conhecidas como axilares) ao longo do caule. Já os meristemas secundários estão distribuídos ao longo das porções laterais do caule e raiz das gimnospermas e das angiospermas eudicotiledôneas).

Localização dos meristemas primário e secundário no corpo do vegetal.
(Clique na imagem para ampliar)

Devido as suas localizações, os meristemas primários e secundários recebem, respectivamente, as denominações de meristemas apicais e meristemas laterais.

Meristemas Primários

Como visto, meristemas primários estão localizados nos ápices de raiz e caule (gema apical), bem como nas gemas laterais (axilares), também situadas no caule. Na raiz, os meristemas primários encontram-se envolvidos pela coifa, estrutura constituída por uma série de camadas celulares cuja função é proteger esses tecidos contra danos devido atrito com o solo.

Detalhe do ápice de raiz de cebola para visualização do meristema primário e da coifa. (Clique na imagem para ampliar)

Os tecidos formados a partir dos meristemas primários são considerados tecidos permanentes primários. A formação desses tecidos envolve tanto a multiplicação quanto a diferenciação de células meristemáticas e resulta em crescimento primário.

Dependendo dos tecidos permanentes que originam, é possível distinguir três tipos de meristemas primários: protoderme, meristema fundamental e procâmbio.

A protoderme é o meristema primário que origina o tecido de revestimento denominado epiderme. O meristema fundamental produz os tecidos conhecidos como parênquimas, bem como colênquima e esclerênquima, que são tecidos com função de sustentação. Já procâmbio produz os tecidos condutores de seiva: xilema e floema primários.

Meristemas secundários

Esses meristemas estão distribuídos ao longo das porções laterais de caule e raiz em gimnospermas e angiospermas eudicotiledôneas. Os tecidos resultantes da atividade dos meristemas secundários recebem a denominação de tecidos permanentes secundários e a formação ocasiona o crescimento secundário.

Há dois tipos de meristemas secundários: felogênio e câmbio vascular (câmbio interfascicular).

As células do felogênio se multiplicam e se diferenciam originando, em direção ao centro do caule (ou raiz) um tecido denominado feloderme. Simultaneamente à formação da feloderme (e na direção oposta), outras células do felogênio se dividem e diferenciam produzindo o súber (também conhecido como felema). Ao final do processo, surge a periderme, que é composta pelo súber (porção externa), pela feloderme (porção interna) e pelo felogênio (situado entre o súber e a feloderme). A periderme constitui o revestimento secundário do vegetal e substitui a epiderme durante o crescimento secundário.

O câmbio vascular, também conhecido como câmbio interfascicular é responsável por produzir o xilema e floema secundários. Durante a multiplicação e diferenciação de suas células, esse meristema produz o xilema secundário em direção ao centro do caule (ou da raiz) e, na direção oposta, origina o floema secundário.

Formação de xilema e floema secundários a partir do câmbio vascular.
(Clique na imagem para ampliar)

Meristemas e os tecidos permanentes

O quadro a seguir apresenta os meristemas primários e secundários e os tecidos permanentes por eles originados.

FAQ (Perguntas Frequentes)

❓ O que são meristemas?

Meristemas são tecidos formados por células embrionárias que se dividem ativamente e dão origem a todos os outros tecidos das plantas.

❓ Qual a diferença entre crescimento primário e secundário?

O crescimento primário aumenta o comprimento da planta, enquanto o crescimento secundário aumenta o diâmetro, formando estruturas como a madeira e a casca.

❓ Onde estão localizados os meristemas primários?

Nos ápices da raiz e do caule, além das gemas laterais (axilares).

❓ Quais são os principais tecidos originados pelos meristemas?

Epiderme, parênquima, colênquima, esclerênquima, xilema e floema — tanto em versões primárias quanto secundárias.

❓ O que é o câmbio vascular?

É um meristema secundário que forma o xilema e floema secundários, contribuindo para o crescimento em espessura da planta.

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